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Adufg - Sindicato: Dia da Biodiversidade: conheça quatro iniciativas de preservação das universidades federais de Goiás / Publicado em 22/05/2025.

  • Foto do escritor: PCMC Brasil
    PCMC Brasil
  • 9 de jun.
  • 3 min de leitura
Foto: Parque Estadual de Terra Ronca - PETER  (@vazjaqueline)
Foto: Parque Estadual de Terra Ronca - PETER (@vazjaqueline)

Cuidar do meio ambiente. Proteger espécies nativas. Incentivar a sustentabilidade. Evitar desperdício e poluição.


Discussões como essa são de extrema importância nos dias de hoje e representam um recado às atuais e futuras gerações: cuidem do planeta! Em um cenário cujos interesses políticos e econômicos costumam se sobressair, é mais do que necessário evidenciar a obrigação que todos nós temos em preservar a vida, em suas mais diversas formas e configurações.


Foi assim que o Dia da Biodiversidade nasceu, durante a Convenção sobre Diversidade Biológica, realizada na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, popularmente conhecida como ECO-92. O evento, que ocorreu no Rio de Janeiro em 1992, foi um dos mais marcantes na área ambiental por reunir autoridades de mais de 170 países e propor soluções para a crise climática, incluindo a proteção da biodiversidade.


De lá para cá, outros eventos climáticos mundiais também ganharam forma e estabeleceram compromissos necessários a serem cumpridos pelos países, em prol da redução na emissão de combustíveis fósseis, desmatamento, entre outros objetivos.


Por outro lado, o investimento em pesquisas científicas na área também se propôs a contribuir com o fomento à biodiversidade. Em 2023, por exemplo, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) investiu mais de 95 milhões de reais no ecossistema de ciência, tecnologia, inovação e empreendedorismo.


Pensando nisso, em alusão ao Dia da Biodiversidade, trouxemos quatro propostas de pesquisa e extensão em Goiás que dialogam com o tema, apresentando perspectivas, propostas e soluções.


Preservando os animais do Cerrado: conheça o projeto Raposinha do Pontal da UFCat


O Raposinha do Pontal é um projeto da Universidade Federal de Catalão (UFCat), com parceria do Programa de Conservação Mamíferos do Cerrado (PCMC) e conta com o apoio do proprietário Juscelino Martins, que cede sua fazenda como área de estudo. A pesquisa é uma iniciativa de conservação da raposa-do-campo, uma das espécies de canídeo menos estudadas do mundo e natural do Cerrado, com risco de extinção.


Segundo o biólogo Frederico Lemos e um dos coordenadores do projeto, é primordial entender melhor o comportamento da espécie, suas demandas e, principalmente, sua relação com os humanos. “Entender a resposta desses animais em uma área antropizada, isto é, impactada pelo homem, é primordial para saber até que ponto esses bichos conseguem lidar com as alterações ambientais, de uma espécie que hoje é quase ameaçada de extinção”.


Ele conta que o surgimento surgiu da necessidade de dar continuidade a uma pesquisa anterior que já havia detectado em outras espécies, como lobos guará e cachorros do mato, o risco da intervenção humana nos hábitos animais. Ao levantar a hipótese de desenvolver o estudo em outras áreas, surgiu o apoio do empresário mineiro Juscelino Martins que, entusiasta da conservação ambiental, manifestou o interesse em apoiar a iniciativa.


Sobre os desafios, Frederico destaca o longo período de tempo que o estudo em campo exige, o que demanda um árduo trabalho, além da falta de apoio à pesquisa e conservação de projetos a longo prazo, retendo o interesse de pesquisadores. Contudo, o maior empecilho é a destruição do meio ambiente, que ocorre a uma velocidade assustadora e modifica constantemente os hábitos das espécies.


“As paisagens são transformadas numa velocidade muito intensa e isso faz com que os animais tenham que se deslocar o tempo todo, percam a área de vida, percam o recurso, de modo que suas populações respondam cada vez pior ao grau de antropização sobre as diferentes paisagens. Junto a isso, temos a soma de ameaças crescentes com a ampliação de rodovias, com o número de pessoas nas áreas de conservação e o número de animais domésticos que acabam infligindo uma alta taxa de mortalidade à raposa do campo e a outros mamíferos do Cerrado”.


Frederico ressalta a importância da produção de informações sobre a base biológica das espécies na conservação da biodiversidade. Segundo o biólogo, não existe biodiversidade sem espécies e a discussão sobre o tema perpassa pelo entendimento sobre as necessidades de sobrevivência dos bichos.


“Quando pensamos em conservação de espécies animais, vegetais, não tem como discutirmos a conservação desses organismos sem entender as suas necessidades, a sua história de vida, a sua história natural.. E hoje a gente sabe muito pouco disso, sendo esse um fator chave para que consigamos entender como cada espécie irá responder a essas mudanças”.


Por fim, Frederico reconhece, ao longo de quase 23 anos de estudo na área, que um maior acesso à informação transformou positivamente o entendimento da sociedade de que meio ambiente e biodiversidade são fatores chave para a sobrevivência do planeta.



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