Machado, GA, Azevedo, FC, Freitas-Júnior, MC et al. O tamanho não importa: história natural e dimorfismo sexual do gambá-de-nariz-de-porco-listrado (Conepatus amazonicus) no Brasil Central. Mamm Res 69 , 257–270 (2024). https://doi.org/10.1007/s13364-024-00738-1
Ampliar o conhecimento sobre a história natural dos carnívoros permite compreender os mecanismos desenvolvidos pelas espécies para a sobrevivência e melhorar a tomada de decisões visando a conservação. Estudos sobre aspectos ecomorfológicos de gambás, como Conepatus amazonicus , são escassos e geralmente baseados em amostras pequenas. Avaliamos indivíduos atropelados, registros de armadilhas fotográficas e dados biométricos para descrever a ecologia alimentar, o período de atividade e a morfologia do gambá-nariz-de-porco-listrado em agroecossistemas e áreas protegidas no Brasil Central. Os invertebrados representavam itens críticos na dieta dos agroecossistemas e, devido à amplitude de nicho intermediária (0,545), os gambás não podiam ser classificados como especialistas ou generalistas. Homens e mulheres têm sobreposição total de nichos (0,94), e a diversidade de itens não foi afetada pela proximidade dos centros urbanos. Os animais desenvolvem suas atividades durante a noite, com 93% ( n = 71) dos registros do pôr do sol ao nascer do sol. Houve diferenças significativas entre os sexos nas massas corporais (𝑡= − 3,7151; df = 29; P < 0,0001). Os machos (média = 2,56 kg) eram 30% mais pesados que as fêmeas (média = 1,96 kg), permitindo inferir a existência de dimorfismo sexual em C. amazonicus . O tamanho dos pés e a dentição também foram maiores no sexo masculino, corroborando a hipótese de seleção sexual. As adaptações comportamentais e morfológicas favorecem a predação de insetos, presas de baixa resistência física, que também estão disponíveis nos agroecossistemas. Este é o primeiro estudo a relatar dimorfismo sexual em C. amazonicus . Nossos resultados preenchem uma lacuna no conhecimento de uma espécie que desempenha um papel único no funcionamento do ecossistema, sugerindo que os gambás representam o principal organismo onívoro-insetívoro de médio porte que ocupa a savana brasileira.
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