ROCHA, FABIANA LOPES; ROQUE, ANDRÉ LUIZ RODRIGUES; DE LIMA, JULIANE SAAB; CHEIDA, CAROLINA CARVALHO; LEMOS, FREDERICO GEMESIO; DE AZEVEDO, FERNANDA CAVALCANTI; ARRAIS, RICARDO CORASSA; BILAC, DANIELE; HERRERA, HEITOR MIRAGLIA; MOURÃO, GUILHERME; JANSEN, ANA MARIA. Trypanosoma cruzi Infection in Neotropical Wild Carnivores (Mammalia: Carnivora): At the Top of the T. cruzi Transmission Chain. Plos One, v. 8, p. e67463, 2013. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0067463
Resumo: Pouco se sabe sobre o papel desempenhado pelos carnívoros selvagens neotropicais nos ciclos de transmissão do Trypanosoma cruzi. Nós investigamos a infecção por T. cruzi em carnívoros selvagens de três locais do Brasil por meio de testes parasitológicos e sorológicos. As sete espécies de carnívoros examinadas estavam infectadas por T. cruzi, mas altas parasitemias detectáveis por hemocultura foram encontradas apenas em duas espécies de Procyonidae. A genotipagem pelo gene Mini-éxon, PCR-RFLP (1f8/Akw21I) e alvos genômicos de kDNA revelou que o guaxinim (Procyon cancrivorus) abrigava TcI e os quatis (Nasua nasua) abrigavam TcI, TcII, TcIII-IV e Trypanosoma rangeli, em único e infecções mistas, além de quatro isolados de T. cruzi que apresentaram padrões de bandas ímpares no ensaio Mini-éxon. Essas descobertas corroboram que o quati pode ser um bioacumulador de Unidades Discretas de Tipagem (DTU) do T. cruzi e pode atuar como um centro de transmissão, um ponto de conexão que une ciclos de transmissão silvestres dentro de mamíferos e vetores terrestres e arbóreos. Além disso, os estranhos padrões de bandas observados nos isolados de quatis reforçam que a diversidade do T. cruzi pode ser muito maior do que a atualmente reconhecida. Além disso, reunimos nossos dados sobre a infecção por T. cruzi nos registros da literatura de carnívoros neotropicais para fornecer uma análise abrangente dos padrões de infecção entre espécies distintas de carnívoros, especialmente considerando suas características ecológicas e filogenia. Ao todo foram encontradas quinze espécies de carnívoros neotropicais naturalmente infectadas pelo T. cruzi. A dieta da espécie foi associada às taxas de infecção por T. cruzi, apoiando a hipótese de que as ligações predador-presa são mecanismos importantes para a manutenção e dispersão do T. cruzi na natureza. Padrões distintos de infecção por T. cruzi entre espécies de carnívoros e locais de estudo foram notáveis. As espécies de Musteloidea exibem consistentemente altas parasitemias em diferentes estudos, o que indica seu alto potencial de infectividade. Mesocarnívoros que se alimentam tanto de invertebrados quanto de mamíferos, incluindo o quati, um hospedeiro que pode ser bioacumulador de DTUs do T. cruzi, parecem ocorrer no topo da cadeia de transmissão do T. cruzi
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